O ângulo de cifose torácica poderá influenciar o posicionamento dos ombros e da cabeça.
Normalmente as pessoas apresentam uma curvatura anatômica e natural de cifose torácica. Ou seja, na região posterior do tronco identifica-se uma curvatura caracterizada por uma convexidade posterior e concavidade anterior. Entretanto, algumas pessoas devidos a vários fatores, como por exemplo encurtamentos e hipertonias de alguns grupos musculares, atrelado a músculos antagonistas hipotônicos, poderão apresentar uma alteração no ângulo de cifose torácica.
Por exemplo, imaginemos que vocês esteja realizando uma avaliação postural via biofotogrametria e identifique que o indivíduo apresente o desvio postural de hipercifose torácica, ou seja, uma acentuação do ângulo de cifose torácica. Uma hipótese que pode ser levantada e que está levando o indivíduo a esse desvio postural é um encurtamento excessivo dos músculos peitoral maior e menor e, uma hipotonia dos músculos antagonistas (trapézio medial, romboides maior e menor). Com esse cenário de encurtamento e hipertonia muscular atrelado a uma hipotonia, os ombros e cabeça serão projetados a frente e consequentemente ocorrerá uma acentuação da curvatura de cifose torácica. Diante disso, podemos visualizar que uma alteração no equilíbrio muscular poderá acarretar o surgimento de três desvios posturais sendo eles: hipercifose torácica, ombros protrusos e cabeça protusa.
Porém, agora vamos imaginar que você esteja a avaliação postural via biofotogrametria e visualize que o indivíduo é portador do desvio postural de hipocifose torácica. Como citado acima no texto uma hipótese para o surgimento desse desvio é uma alteração no equilíbrio muscular. Dessa forma, um encurtamento excessivo ou hipertonia dos músculos trapézio medial, romboides maior e menor atrelado a uma hipotonia dos músculos antagonista como o peitoral maior e menor, deltoide anterior e coracobraquial poderá produzir uma retração da cabeça e dos ombros. Atrelado a isso poderá ocorrer o surgimento do desvio postural de hipocifose torácica (redução do ângulo de cifose torácica).
Diante do apresentado acima no texto é possível notar que alterações no ângulo de cifose torácica poderão produzir alterações no posicionamento da cabeça e dos ombros. Dessa forma, é necessário através da biofotogrametria realizar uma análise postural desse seguimentos apresentados.
Como identificar e quantificar através da biofotogrametria o ângulo de cifose torácica e, com isso visualizar se o indivíduo apresenta um ângulo normal ou se é portador dos desvios posturais de hipercifose ou hipocifose?
Para avaliador se o indivíduo apresenta um ângulo de cifose torácica normal ou é portador do desvio postural de hipercifose ou hipocifose, o avaliador não necessitará demarcar pontos anatômicos no indivíduo. O avaliador deverá solicitar ao avaliado apenas posicionar-se em vista lateral, ou seja, de lado para a câmera fotográfica. Em seguida, o avaliador deverá realizar três fotos nessa posição. Realizado as fotos, as mesmas deverão ser carregadas em um software específico para avaliação.
Já com a foto carregada no software o avaliador deverá selecionar a ferramenta de ângulos livres. Na sequência, o primeiro ponto a ser demarcado (dentro no software) é a inflexão (inversão) da curvatura de lordose cervical. O segundo ponto a ser demarcado é o ponto de inflexão (inversão) da curvatura de cifose torácica. E por fim, o terceiro ponto é o de inflexão (inversão) da curvatura de lordose lombar. Após a demarcação desses pontos, um valor angular será formado. Esse valor angular deverá ser interpretado para identificar se o indivíduo apresenta uma curvatura de cifose torácica normal, ou se é portador do desvio postural de hipercifose ou hipocifose torácica.
Qual a influência da redução do ângulo de cifose torácica (hipocifose torácica) sobre o posicionamento dos ombros e cabeça?
Caso na avaliação postural via biofotogrametria você identifique uma redução ou retificação do ângulo de cifose torácica, provavelmente esse indivíduo é portador do desvio postural de hipocifose torácica. Em um indivíduo que apresenta um ângulo normal adequado de cifose torácica nota-se uma leve curvatura com convexidade posterior e concavidade anterior. Entretanto, em um indivíduo que é portador do desvio postura de hipocifose torácica ocorrerá uma redução da convexidade posterior e da concavidade anterior.
Alguns indivíduos podem desenvolver o desvio postural de hipocifose torácica (redução do ângulo de cifose torácica) em virtude de um encurtamento excessivo da musculatura póstero-superior do tórax. Ou seja, um encurtamento excessivo dos músculos que quando contraem produzem o movimento de adução escapular poderá gerar o desvio postural de hipocifose torácica. Diante disso os músculos potencialmente encurtados são: trapézio medial, romboide maior e menor. Atrelado a esse encurtamento excessivo dos músculos adutores escapulares (citados acima no texto) uma hipotonia dos músculos peitoral maior e menor, deltoide anterior e coracobraquial também poderão contribuir para o surgimento desse desvio postural.
Um ponto importante a salientar é que provavelmente quando em virtude da presença do desvio postural de hipocifose torácica os ombros e cabeça poderão ser projetados para trás. Ou seja, com a retificação da curvatura de cifose torácica o indivíduo poderá apresentar também os desvios posturais de ombros e cabeça retraídos. Diante disso, além de analisar e quantifica a magnitude e intensidade do desvio de hipocifose torácica é necessário que o avaliador quantifique o posicionamento dos ombros e cabeça dos indivíduos.
Um aumento do ângulo de cifose torácica, ou seja, a presença do desvio postural de hipercifose torácica poderá influenciar o posicionamento dos ombros e da cabeça?
Imaginemos que você esteja realizando a análise postural do ângulo da cifose torácica de um indivíduo e identifique que o mesmo apresenta uma acentuação desse ângulo em questão. Diante disso, ocorrerá um aumento da convexidade posterior e da concavidade anterior. Dessa forma, se você identificar essas caraterísticas na avaliação biofotogramétrica possivelmente esse indivíduo é portador do desvio postural de hipercifose torácica.
Esse desvio postural (hipercifose torácica) possivelmente ocorre em virtude de um encurtamento excessivo dos músculos peitoral maior e menor. Esse encurtamento poderá produzir uma abdução das escápulas. Um outro fato que poderá contribuir para o surgimento do desvio postural de hipercifose torácica (aumento da curvatura de cifose torácica) é uma hipotonia dos músculos trapézio medial, romboides maior e menor que produzem o movimento de adução escapular. Dessa forma, um desequilíbrio muscular entre os músculos que produzem adução e abdução escapular potencialmente poderá levar ao surgimento de desvio postural de hipercifose torácica.
Obviamente outros fatores não musculares como a sarcopenia, osteopenia e a diminuição da altura discal (redução da taxa hídrica do núcleo pulposo os discos intervertebrais) poderão desenvolver a hipercifose torácica.
Um ponto importante a salientar é que o surgimento da hipercifose torácica (acentuação do ângulo de cifose torácica) poderá levar o indivíduo portador a uma projeção da cabeça e dos ombros a frente, ou seja, protrusão da cabeça e dos ombros. Diante disso, é necessário que o avaliador além de quantificar a intensidade da hipercifose torácica realize uma avaliação do posicionamento dos ombros e da cabeça dos indivíduos portadores desse desvio postural. Entretanto, essas alterações citadas (protrusão da cabeça e dos ombros) não necessário ocorre em indivíduos portadores de hipercifose torácica.
Como identificar através da biofotogrametria se o indivíduo apresenta os desvios posturais de retração e protrusão da cabeça e dos ombros?
Para identificar e quantificar através da biofotogrametria se o indivíduo é portador ou não dos desvios posturais de retração ou protrusão da cabeça ou do ombro, o avaliador necessitará identificar através da técnica de anatomia palpatória três pontos anatômicos. O primeiro ponto que deverá identificar é o tragus e demarca-lo com uma esfera demarcatória (esfera de isopor). Identificado o tragus, em seguida o avaliador deverá identificar e demarcar o ponto anatômico da borda lateral do acrômio. Por fim, o terceiro ponto a ser identificado e demarcado com esferas demarcatórias é a borda superior do manúbrio.
Realizado as identificações através da anatômica palpatória e a demarcação, o avaliador deverá em seguida solicitar ao indivíduo que posiciona-se de lado para a câmera fotográfica. Na sequência, o avaliador deverá realizar três fotos. Após o registro fotográfico, o avaliador devera selecionar o registro fotográfico aonde ficaram mais visíveis os pontos anatômicos demarcados. Depois de selecionar a melhor foto o avaliador deverá carrega-la em um software específico para avaliação postural.
Para identificar se o indivíduo é portador ou não do desvio postural de protrusão ou retração da cabeça o avaliado deverá traçar um seguimento de reta unindo o ponto anatômico do tragus até a borda lateral do acrômio. Com isso, um valor angular será formado. O valor desse ângulo deverá ser interpretado para identificar se o indivíduo é portador ou não do desvio postural de retração ou protrusão da cabeça.
Já para identificar e quantificar através da biofotogrametria se o avaliado apresenta o desvio postural de protrusão ou retração dos ombros, o avaliador deverá tração um seguimento de reta unindo os pontos anatômicos da borda lateral do acrômio com o manúbrio do esterno. Um ponto importante a salientar é que os valores angulares para definir se o indivíduo é portador dos desvios posturais de retração e protrusão da cabeça e do ombro serão apresentados em vídeos aulas futuras.
Seguidores, não percam a vídeo aula de hoje e saibam como as alterações do ângulo de cifose torácica influenciam o posicionamento dos ombros e cabeça.