No exercício stiff durante a fase excêntrica, poderá ocorrer uma insuficiência passiva dos músculos isquiotibiais e glúteo máximo, o que repercutirá em perda da técnica de execução do indivíduo. Entretanto, o ponto de ocorrência dessa insuficiência passiva dependerá de cada indivíduo, ou seja, do grau de extensibilidade desses músculos citados acima.
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- Como executar de forma correta o exercício stiff?
- Quais os músculos acionados de forma dinâmica e estática/isométrica no stiff?
Ocorre insuficiência passiva na execução do exercício de stiff?
Sim, a insuficiência passiva poderá ocorrer em um determinado ponto da fase excêntrica da execução do stiff. Pontuar em que momento ocorrerá esse fenômeno (insuficiência passiva) é complicado, pois cada indivíduo terá um ponto especifico. Ainda essa insuficiência passiva poderá ser de grande magnitude para um indivíduo e de pequena magnitude para outro.
No ponto em que ocorrer a insuficiência passiva, o indivíduo começará a perder a técnica de execução do exercício. Ou seja, ele (indivíduo) perderá o alinhamento adequada da colina vertebral, isto é “perderá” as curvaturas naturais e fisiológicas da coluna vertebral. Com isso, consequentemente a técnica de execução será prejudicada, o que não é indicado.
Por que ocorrerá insuficiência passiva durante a fase excêntrica do exercício stiff?
Para entendermos o porquê da ocorrência da insuficiência passiva durante a fase excêntrica do exercício stiff, é necessário relembrar os músculos que são envolvidos de forma dinâmica na execução desse exercício. Portanto, durante o stiff ocorrerá o acionamento de forma dinâmica do grupo isquiotibiais (semitendinoso, semimenbranoso, bíceps femoral cabeça longa) e do glúteo máximo, glúteo médio principalmente as fibras posteriores e também o músculo adutor magno em sua fibras posteriores. Porém, analisando principalmente o grupo isquiotibial os músculos que o compõem podemos visualizar que: o bíceps femoral cabeça longa tem origem no tuber isquiático e inserção na cabeça da fíbula. O semimenbranoso/semimenbranáceo tem sua origem localizada também no tuber isquiático e sua inserção na porção posteromedial do côndilo medial da tíbia. Já semitendinoso tem origem também no tuber isquiático e inserção na face medial do corpo da tíbia pelo tensão da pata de ganso. Diante do descrito acima, podemos notar que três dos quatro músculos que compõem o grupo isquiotibial transitam tanto pela articulação do quadril como do joelho. Dessa forma, eles tem capacidade de produzir movimento tanto no quadril como no joelho.
Já o glúteo máximo que e o principal extensor do quadril, tem sua origem localizada na região posterior da crista ilíaca, sacro e ligamento sarotuberal e sua inserção no trocanter maior do fêmur, tuberosidade glútea e côndilo lateral da tíbia pelo trato iliotibial. Com isso, diante do posicionamento de origem e inserção podemos entender que o glúteo máximo atua apenas em movimentações da pelve ou quadril.
Relembrado os músculos envolvidos e seus pontos de origem e inserção envolvidos no exercício stiff, poderemos agora passar para análise do por que ocorre insuficiência passiva nesse exercício. Em virtude do posicionamento de origem e inserção principalmente dos músculos do grupo isquiotibiais no momento em que o indivíduo executar a fase excêntrica do movimento (extensão do quadril) esses músculos estarão sendo alongados na articulação do quadril. E como o indivíduo para executar o stiff deverá estar com os joelhos estendidos os isquiotibiais (semitendinoso, semimenbranoso e bíceps femoral cabeça longa) também estará sendo alongado no joelho. Ou seja, podemos entender então que os isquiotibiais estarão sendo alongados tanto no quadril como no joelho. Esse comportamento exigirá uma grande extensibilidade desses músculos. Com isso, esse aumento na exigência de extensibilidade da fibra poderá levar o indivíduo a entrar em insuficiência passiva dos isquiotibiais. Entretanto, um encurtamento excessivo e com isso a falta de extensibilidade natural do glúteo máximo também poderá levar o indivíduo a entrar em insuficiência passiva.
Como já frisado acima no texto o momento em que o indivíduo entrará em insuficiência passiva dependerá do grau de extensibilidade apresentado por esses músculos. Por exemplo, se um indivíduo que apresenta encurtamento desses músculos estiver executando o stiff, provavelmente ele entrará em insuficiência passiva antes do que um indivíduo que apresenta um extensibilidade normal desses músculos. A ocorrência desse fenômeno (insuficiência passiva) não permitirá que o indivíduo consiga mais realizar os movimentos de flexão do quadril e anteverão pélvica.
Essa insuficiência passiva poderá trazer prejuízo a técnica adequada de execução do exercício stiff?
Sim, pois como descrito acima no texto a ocorrência de insuficiência passiva dos isquiotibiais não permitirá com que o indivíduo continue a realizar os movimentos de flexão e anteversão pélvica, assim limitando a amplitude de movimento da fase excêntrica. Todavia, caso o indivíduo queira continuar a realizar a fase excêntrica, descendo a barra em direção ao solo, ela (barra) somente irá descer as custas de movimentação dinâmica da coluna toracolombar. Ou seja, para que a barra continue a descer o indivíduo terá que realizar uma flexão toracolombar da coluna vertebral.
Como sabemos durante o exercício stiff é necessário que o indivíduo mantenha a coluna vertebral ereta, com isso mantendo as curvaturas naturais e fisiológicas da coluna integras. Para isso, movimentos dinâmica de flexão e extensão não são desejáveis. Um ponto importante a salientar, é que se o indivíduo realizar os movimentos de flexão toracolombar, ocorrerá um aumento da sobrecarga sobre disco intervertebral, o que é extremamente perigoso.
Qual a estratégia que o personal trainer poderá utilizar para minimizar a ocorrência da insuficiência passiva precoce no exercício stiff para um indivíduo que apresenta um forte grau de encurtamento dos isquiotibiais?
De uma forma imediata se a execução do exercício stiff é extremamente importante para esse indivíduo e com isso a exclusão do mesmo do plano de treinamento é inviável, uma das estratégias que o personal trainer poderá lançar mão é da realização da flexão do joelho. Ou seja, o personal trainer irá solicitar que o indivíduo execute o stiff com o posicionamento clássico, isto é com os joelhos estendidos em posição natural, e no momento em que o mesmo comece a entrar em insuficiência passiva e deforme o movimento (realizando uma flexão toracolombar) ele (personal trainer) orienta o seu cliente a realizar uma flexão dos joelhos, permitindo que o mesmo venha a conseguir ampliar a fase excêntrica. Outra forma, é solicitar que o seu cliente execute durante toda a amplitude de movimento do exercício já com os joelhos flexionados.
Mas por que utilizar estratégia de flexionar os joelhos durante o stiff para reduzir a insuficiência passiva?
Como já foi descrito acima no texto, três dos quatro músculos que formam o grupo isquiotibial (semitendinoso, semimenbranoso e bíceps femoral cabeça longa) devido ao seus pontos de origem e inserção são bi-articulares, ou seja tem capacidade de atuar tanto no quadril como no joelho. Diante disso, como na posição clássica do stiff o indivíduo estará com uma extensão natural dos joelhos e atrelado a isso executará uma flexão do quadril, os isquiotibiais estarão sendo fortemente alongados nessas duas articulações. Pois os dois movimentos produzidos são antagônicos ao movimentos produzidos pelos isquiotibiais quando se contraem.
Dessa forma, quando o personal trainer solicita ao seu cliente que realize uma leve flexão dos joelhos, ele (personal trainer) estará produzindo um grau de encurtamentos dos músculos isquiotibiais no joelho. Essa estratégia, produzirá um balanço positivo entre encurtamento e alongamento dos isquiotibiais, podendo assim diminuir o grau ou momento de entrada do seu cliente em insuficiência passiva. Possivelmente, está estratégia possibilitará o indivíduo acentuar em alguns graus a fase excêntrica e também tonar o exercício mais seguro.
Qual a outra estratégia que o personal trainer deverá realizar com o seu cliente que apresenta um encurtamento excessivo dos músculos que compõem os isquiotibiais?
Além de tentar adequar a técnica como descrito acima no texto, a outra estratégia que é a longo prazo é realizar um trabalho de alongamento ou flexionamento dos isquiotibiais. Para isso, o personal trainer deverá realizar exercícios de alongamentos ou flexionamentos em que se produza obviamente os movimentos contrários aos quais os isquiotibiais realizam quando se contraem. Ou seja, deverão ser realizados os movimentos de extensão dos joelhos e flexão do quadril.
Todavia, relembrando, como descrito anteriormente no texto o glúteo máximo também um forte extensor do quadril e um encurtamento excessivo desse músculo também poderá repercutir na redução da capacidade do indivíduo em realizar a fase excêntrica, pois ele (glúteo máximo) entrará em insuficiência passiva.
Diante dessa situações descrita acima, adiantará utilizar a estratégia de flexionar os joelhos durante a execução do stiff?
Não, caso o indivíduo apresente uma boa extensibilidade dos isquiotibiais e um grande encurtamento de glúteo máximo, utilizar estratégia de flexionar os joelhos para proporcionar que o mesmo venha a aumentar a amplitude da fase excêntrica e mantenha o alinhamento da coluna vertebral não funcionará. Pois como descrito anteriormente, em virtude de seus pontos de origem e inserção o glúteo máximo tem a capacidade de atuar somente na articulação do quadril. Diante disso, disso, produzir alterações no posicionamento dos joelhos não mudará em nada, pois o glúteo máximo é monoarticular.
Então, se o cliente apresenta um forte encurtamento do glúteo máximo o que o personal deverá fazer?
Diante dessa situação uma estratégia que o personal trainer deverá realizar é produzir um trabalho a longo prazo de alongamento e flexionamento do glúteo máximo. Para isso, o personal trainer deveria realizar movimentos contrários ao qual o glúteo máximo produz ao se contrair, ou seja movimentos de flexão, rotação medial do quadril, adução do quadril visando alongar as fibras superiores e uma abdução do quadril visando alongar as fibras inferiores.
Seguidores, não percam a vídeo aula de hoje e saibam porque ocorre insuficiência passiva no exercício stiff.