Amplitude de movimento nos exercícios de musculação devem ser analisadas com cuidado
O que alguns artigos científicos e livros preconizam sobre amplitude de movimento nos exercícios de musculação?
Se tem a muito tempo levantado a hipótese de que ao realizar exercícios na musculação, ou seja, no treinamento resistido com pesos, com uma amplitude de movimento maior se gera maior estresse muscular. Assim, com esse cenário se estaria produzindo um maior acionamento muscular e consequentemente maior estresse sobre o músculo alvo. Desta forma, esse cenário poderia vir a gerar maiores estímulos para ganhos de força e hipertrofia muscular.
No entanto, durante todo e qualquer exercício no TRP em determinados pontos da amplitude de movimento ocorre uma redução significativa do braço de momento da alavanca. Com isso, o troque resistivo e muscular irão também cair. No Treino em FOCO determinados essas amplitudes como pontos de descano, ou seja, onde ocorre uma redução da ação muscular.
Mas, o que a eletromiográfica mostra quando se entra nos pontos de descanso?
Pois, bem como descrito acima nestes pontos de descanso, ocorre uma redução no braço de momento da alavanca, e consequentemente torque resistivo e muscular. Assim, como o sinal eletromiográfico está intimamente relacionado ao torque resistivo gerado, quando menor for o mesmo, menor será o sinal eletromiográfico gerado. Por outro lado, quando maior o torque resistivo maior será o sinal gerado.
Assim, no exercício PullDow que utilizamos como exemplo, o braço de momento no final da fase excêntrica, ou início da concêntrica, teve uma redução forte. Diante disso, o torque resistivo e muscular também decaiu, e por sua vez o sinal eletromiográfico também. Desta forma, neste exercício apresentado caso individuo venha a realizar uma amplitude total em relação a uma amplitude parcial no final da fase concêntrica, onde os braços de momento da alavanca produzidos serão maiores, a ativação muscular total ao longo de uma série será menor. Portanto, podemos entender que para gerar um estresse maior sobre o latíssimo do dorso, que é o músculo alvo para ser trabalhado neste exercício, talvez seria interessante o personal trainer prescrever uma fase excêntrica não muito ampla.
Então, para hipertrofiar é necessário realizar os exercícios em amplitudes parciais, ou seja, em amplitudes onde não se entra em ponto de descanso?
Não foi isso, que mostramos na vídeo aula. No entanto, podemos realizar uma reflexão. Por exemplo, sabemos que o processo hipertrófico é multifatorial, isto é depende da manipulação adequada de várias variáveis (volume de treino, frequência de treino, alimentação, descanso, e individualizada biológica). Entretanto, imaginando que um individuo esteja manipulando de forma adequada essas variáveis, talvez um maior estresse ao longo do tempo sobre um determinado grupo muscular, poderá potencializar os ganhos hipertróficos, em comparação a um estresse menor gerado sobre esse músculo ou grupo.
Portanto, talvez seja interessante para indivíduo que visa maximizar o processo hipertrófico o personal trainer buscar orientar a execução do exercício sem entrar em ponto de descanso. Com isso, parece ser possível manter uma tensão muscular mais constante, ativação muscular maior (maior recrutamento e taxa de disparo das unidades motoras) e também uma maior hipóxia gerada. Em um estudo interessante, Goto et al., (2018) apresentaram que ao realizar a tríceps testa com uma amplitude parcial, ou seja, sem entrar em ponto de descanso, os ganhos hipertróficos foram maiores.
Alunos, analisem a vídeo aula