A organização mundial da saúde define a obesidade como epidemia global. É considerada como a mais importante desordem nutricional dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Paralelamente ao aumento dos índices de obesos no mundo aumentam também outros males de saúde que possuem associações com a obesidade como, por exemplo, o diabetes, a hipertensão e o aumento dos riscos cardiovasculares.
A obesidade ocorre independente da faixa etária do indivíduo e, conforme literatura científica, a obesidade pode ter influência de fatores genéticos (herdamos predisposições de nossos genitores), fatores ambientais (estilo de vida sedentária, alimentação inadequada) e fatores comportamentais (depressão, baixa auto-estima, ansiedade, estresse diário, influência social).
A obesidade atinge todos os públicos. A transição nutricional ocorrida no Brasil (diminuição dos índices de desnutrição e aumento dos índices de sobrepeso e obesidade) gera uma preocupação maior com iniciativas a cuidados nutricionais e com o estilo de vida de crianças. A obesidade infantil é um problema emergente e como consequências desencadeiam problemas que afetam alguns sistemas no organismo, como sistema esquelético, sistemas endócrino, cardiovascular e gastrointestinal. Criança obesa tem maior propensão de permanecer obesas na idade adulta.
Os pais possuem uma responsabilidade crucial na formação dos hábitos alimentares e dos padrões de atividade física de seus filhos. Atitudes dentro de casa podem melhorar, de forma bem sucedida, o combate a obesidade infantil. Identificar que o filho possui sobrepeso ou obesidade e entender que a obesidade é um problema de saúde é o primeiro passo para ações para redução de gordura corporal. Se os pais forem incapazes de reconhecer que o filho é obeso, relutarão em tomar qualquer atitude para mudar o comportamento do filho, o que pode acelerar o desenvolvimento e o agravamento da obesidade no mesmo.
O diagnóstico de obesidade infantil pode ser feito através de profissionais da área da saúde utilizando-se de protocolos existentes na comunidade científica. Tal diagnóstico acontece desde o acompanhamento pediátrico bem como na avaliação do profissional de educação física na escola.
Um exemplo de avaliação diagnóstica é o que está acontecendo na Cidade de Palmeira das Missões, RS, onde está sendo realizado um projeto de avaliação dietética, antropométrica e de aptidão física em crianças que pertencem a Escolinha Movimentação de Futsal. É uma parceria entre a Escolinha Movimentação de Futsal e o Curso de Nutrição da Universidade Federal de Santa Maria. Com duração de dois anos o projeto tem a intenção diagnosticar, informar e sensibilizar os pais quanto ao estado nutricional dos seus filhos e o nível de aptidão física relacionado a saúde e ao desempenho esportivo. Os primeiros resultados foram satisfatórios, pois já está havendo uma sensibilização quanto à carência nutricional (alguns itens essenciais para o crescimento e desenvolvimento das crianças) e a necessidade de melhora do cardápio familiar. Outra mudança foi a percepção dos pais quanto ao baixo nível de aptidão física de seus filhos e a iniciativa de oportunizar outros momentos de atividades físicas durante a rotina diária.
Ações que visem combater a obesidade infantil iniciam desde um processo avaliativo e de diagnóstico passando para uma fase de sensibilização, nível de gravidade do problema e ações que oportunizam mudanças de hábitos alimentares e de pratica de atividades físicas. Quando estas ações acontecem no núcleo familiar os resultados são concretos.
Jeovani Peripolli
Prof. de Ed. Física CREF 008821-G/RS
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