Para avaliar o nivelamento e desnivelamento da pelve o método biofotogramétrico é uma excelente estratégia, pois proporcionará ao avaliador quantificar em graus o posicionamento da pelve.
Um posicionamento horizontalizado da pelve no plano coronal é extremamente importante. Pois sobre a pelve está o sacro e, sobre o sacro estará posicionada “apoiada “ a região lombar da coluna vertebral e obviamente todo a coluna vertebral. Dessa forma, um posicionamento inadequado da pelve, ou seja um desnivelamento a pelve poderá proporcionar um deslocamento do sacro lateralmente, ou seja, o sacro perderá seu posicionamento ideal que é vertical podendo posicionar-se de forma obliqua. Com essa alteração do posicionamento do sacro poderá ocorrer consequentemente uma alteração do posicionamento vertical (ideal) de toda a coluna vertebral. Esse cenário descrito poderá produzir um desvio postural denominado de escoliose.
Diante disso, é importante que o personal trainer realize um avaliação postural em seus clientes e, busque analisar o nivelamento e desnivelamento da pelve. A biofotogrametria é um excelente método par avaliar o nivelamento e desnivelamento da pelve, pois permitirá ao personal trainer quantificar em graus a presença ou não de desnivelamento da pelve. Com isso, podendo prescrever com mais precisão um treinamento, se possível, para minimizar esses desvio postural.
Qual o objetivo principal da série Desvios Posturais?
O objetivo principal dessa série sobre desvios posturais é apresentar para vocês seguidores o método de biofotogrametria para realizar avaliação postural e também conhecer esses desvios postura do ponto de vista biofotogramétrico. Obviamente nessa série não estamos ensinando detalhadamente como realizar o procedimento, porém estamos tentando mostrar para vocês como utilizar a biofotogrametria para avaliação postural de diversos pontos corporais e principalmente como enxergar os desvios posturais através da metodologia biofotogramétrico.
Então, no programa de hoje apresentaremos como utilizar a biofotogrametria para verificação do nivelamento e desnivelamento da pelve, ou seja, verificar se a pelve está ou não horizontalizada no plano coronal. Lembrando que nos programas anteriores foram apresentados desvios posturais de retroversão pélvica e anteversão pélvica.
O que é nivelamento e desnivelamento da pelve?
Como o próprio nome já remete quando a pelve encontra-se totalmente horizontalizada no plano coronal denomina-se que a mesma esta nivelada. Entretanto, quando a pelve não encontra-se mais totalmente horizontalidade no plano coronal denomina-se que ocorreu um desnivelamento da pelve.
Na sequencia será descrito quais os pontos anatômicos (processos ósseos) são necessários demarcar para identificação do nivelamento e desnivelamento da pelve.
Quais os processos ósseos ou pontos anatômicos (referências ósseas) o avaliador deverá identificar e demarcar para avaliação do nivelamento e desnivelamento da pelve?
Para realizar a avaliação do nivelamento e desnivelamento da pelve o avaliador necessitará identificar através da técnica de anatomia palpatória os pontos anatômicos ou processos ósseas da Espinha Ilíaca Antero Superior (EIAS) direita e esquerda. Após a realização da identificação será necessário realizar as demarcações desses processos ósseos citados (EIAS direita e esquerda) com esferas demarcatórias ou seja esferas isopor. Essas esferas demarcatórias deverão ser posicionados exatamente sobre o processo ósseo das EIAS direita e esquerda.
Após a demarcação dos processos ósseos de EIAS direita e esquerda, qual procedimento o avaliador deverá realizar pra análise do nivelamento e desnivelamento da pelve?
Posteriormente a realização do procedimento metodológico descrito acima no texto (identificação e demarcação da EIAS direita e esquerda) o avaliador deverá realizar o registro fotográfico do avaliado em vista frontal ou seja, no plano coronal. Após realização da foto o avaliador deverá carregar a foto em um software específico (será apresentado em vídeos aulas posteriores) para análise do nivelamento e desnivelamento da pelve.
Uma vez a foto carregada no software o avaliador deverá traçar um seguimento de reta ligando o processo ósseo (ponto anatômico ou referência óssea) da EIAS direita e EIAS esquerda. Dessa forma, ao traçar esse seguimento de reta será produzido um ângulo entre esses seguimentos, ângulo esse que possibilitará o avaliador identificar se o indivíduo apresenta a pelve nivelada ou desnivelada.
A partir de quantos graus pode-se considerar que um indivíduo apresenta a pelve nivelada ou desnivelada?
Imaginemos que um avaliador esteja realizando a análise postural de nivelamento e desnivelamento da pelve de vários indivíduos. Diante disso, após realizar todos os procedimento metodológicos de identificação, demarcação e análise no software o avaliador obtém para um indivíduo A um valor de 0,0°. Dessa forma, ele poderá concluir que esse indivíduo apresenta a pelve totalmente horizontalizada no plano coronal ou seja, uma pelve nivelada.
Realizando agora a análise de um indivíduo B o mesmo avaliador obtém para a análise do nivelamento e desnivelamento da pelve um ângulo de 1,0°. A princípio pode-se concluir que esse indivíduo B apresenta um desnivelamento da pelve. Entretanto, esse valor de 1,0° de desnivelamento poderá ser uma limitação do método. Como assim limitação do método? Esse valor de desnivelamento poderá ter ocorrido em virtude de um má colocação das esferas demarcatórias pelo avaliador, ou pelo mal posicionamento do alvo de marcação do software. Diante disso pode-se considerar que um desnivelamento de 1,0° poderá ter ocorrido em virtude de uma limitação do método, dessa forma, considera-se esse indivíduo com uma pelve nivelada.
Porém, o mesmo avaliador realiza a avaliação de um indivíduo C, obtendo um valor de 3,7° para análise biofotogramétrica do nivelamento e desnivelamento da pelve. Diante disso, pode-se concluir que o indivíduo C apresenta um desnivelamento da pelve no plano coronal.
Então, caso na avaliação biofotogramétrica no nivelamento e desnivelamento da pelve um indivíduo obtenha um valor de 0,0° a 1,0° pode-se considerar esse indivíduo com a pelve nivelada. Entretanto, caso os indivíduos avaliados apresentem ângulos acima de 1,0° deve ser considerado que esses indivíduos apresentam desnivelamento da pelve.
Quais as outras formas que podem ser utilizadas para avaliação do nivelamento e desnivelamento da pelve via biofotogrametria?
Em uma vista posterior do avaliado pode-se realizar a identificação e demarcação das Espinhas Ilíacas Póstero Superior (EIPS) e da mesma forma como na avaliação do nivelamento e desnivelamento da pelve pela EIAS, traçar um seguimento de reta unindo o processo ósseo da EIPS direita e esquerda e, avaliar o nivelamento e desnivelamento da pelve através dessa referencias ósseas em uma vista posterior.
Ainda em vista posterior do avaliado, pode-se realizar a análise do nivelamento e desnivelamento da pelve realizando a demarcação dos processos ósseos (pontos anatômicos) do trocanter maior do fêmur direito e esquerda. Dessa forma, também traçando um seguimento de reta horizontal entre o tocanter maior do fêmur direito e esquerdo pode-se também analisar o nivelamento e desnivelamento da pelve. Um ponto importante é que a avaliação do nivelamento e desnivelamento da pelve utilizando os referências ósseas do trocanter maior do fêmur direito e esquerdo, poderá ser realizado em vista frontal, porém somente em indivíduos aonde pode-se visualizar as esferas colocadas no trocanter maior do fêmur em vista frontal.
Um ponto importante de quando realiza-se a análise do nivelamento e desnivelamento da pelve através das referências ósseas do trocanter maior do fêmur é que ao utilizar essa referências óssea o avaliador estará levando em consideração o posicionamento do osso fêmur. Entretanto, o osso fêmur tem uma grande importância sobre o nivelamento e desnivelamento da pelve, porque a cabeça do fêmur posiciona-se dentro do acetábulo do quadril. Diante disso, quando mais alto estiver o osso fêmur a tendência é que ocorra uma elevação da pelve do lado em que o fêmur encontra-se mais alto. Esse cenário repercutirá no nivelamento e desnivelamento da pelve, produzindo um desnivelamento da pelve no plano coronal.
Qual vantagem que o personal trainer terá ao utilizar a avaliação postural via biofotogrametria para identificar o nivelamento e desnivelamento da pelve?
O método de avaliação via biofotogrametria proporcionará ao personal trainer identificar e quantificar em graus em seus clientes qual o comportamento da pelve no plano coronal, ou seja, identificar o nivelamento e desnivelamento da pelve de seus clientes. Diante disso, poderá averiguar quais de seus clientes apresentam a pelve nivelada ou desnivelada. Caso seus clientes apresentem desnivelamento da pelve, poderá quantificar através de graus qual a intensidade e magnitude desse desvio postural.
Com essa informação da magnitude e intensidade do desvio, o personal trainer poderá prescrever exercícios corretivos por exemplo no treinamento resistido com pesos, aplicando a intensidade e volume compatível ao grau de desnivelamento da pelve que seus clientes apresentam. E por fim, já que o método biofotogramétrico trata-se de um método barato e de fácil aplicação o personal trainer poderá aplicar a avaliação postural frequentemente, por exemplo a cada dois meses, buscando identificar se as cargas de treinamento estão sendo suficiente para minimizar o desnivelamento da pelve de seus cliente.
Seguidor, não perca a vídeo aula de hoje e saiba como utilizar a biofotogrametria para avaliação e nivelamento e desnivelamento da pelve.