Ocorre diferença na ativação muscular entre o exercício de prancha abdominal e rolinho “roller”?
É muito comum nas academias de ginástica observarmos a execução tanto do exercício de prancha abdominal, como também do “roller” ou rolinho abdominal. Assim, até mesmo ao comparar o esforça de execução entre esses dois exercícios, é possível observar que durante a execução do rolinho abdominal o esforço parece ser bem maior.
Portanto, nesta vídeo aula comparamos a ativação muscular do reto abdominal, latíssimo do dorso e tríceps braquial cabeça longa durante a execução da prancha e do rolinho. Diante disso, observamos que a ativação do reto abdominal foi maior durante o exercício “roller” ou rolinho. Também a ativação eletromiográfica foi maior para o tríceps braquial cabeça longa na execução do abdominal rolinho. E por fim, a ativação do latíssimo do dorso também foi maior em favor do abdominal rolinho.
Mas, por que ocorreu maior ativação eletromiográfica durante a execução do abdominal rolinho?
Analisando particularmente o tríceps braquial e latíssimo do dorso, a maior ativação eletromiográfica durante a execução do abdominal rolinho está vinculada a movimentação glenoumeral gerada. Ou seja, como durante a fase excêntrica o indivíduo executará uma flexão do ombro, a tendência da gravidade será acentuar a flexão do ombro. Assim, já produzindo uma ativação significativa do tríceps e latíssimo do dorso. Já na fase concêntrica será necessário uma ativação também destes músculos para realizar a extensão do ombro. Pois tanto o latíssimo do dorso, tríceps cabaça longa e deltoide posterior (que não foi monitorado) produzem a extensão desta articulação.
E como posso levar esse conhecimento para a prescrição de treino?
Inicialmente, pensando me progressividade de carga para um aluno/cliente que é iniciante na pratica do treinamento resistido com pesos, caso objetivo seja que condicionar para que ele (aluno/cliente) consiga executar o abdominal rolinho, o profissional poderia racionar em iniciar com a prancha clássica. Com esta a ativação eletromiográfica e consequentemente a exigência muscular é menor. Já quando o aluno/cliente estiver mais condicionado se poderia aplicar o a prancha sem o contato dos antebraços no solo, o que já mostramos em vídeos aulas anteriores que leva a uma aumento na ativação eletromiográfica.
Assim, já novamente quando o aluno/cliente estiver condicionado e executando de forma “fácil” esta variação da prancha, talvez seja o momento de aplicar o exercício de abdominal rolinho.
Qual o aspecto que o profissional deverá ter me mente ao prescrever o exercício rolinho “roller”?
Como demonstrado na vídeo aula, durante a execução do “roller” ou rolinho abdominal, ocorrerá uma forte exigência do tríceps cabeça longa e também do latíssimo do dorso. Assim, para alunos/clientes que tem pouca força nestes músculos o desempenho poderá ser prejudicado. Ou seja, nesta situação a série poderá ser encerrada não por uma fadiga no reto abdominal e sim por uma fadiga nestes grupos musculares. Este cenário poderá levar uma redução na efetividade do trabalho para reto abdominal.
Portanto, caso este cenário esteja acontecendo é necessário que o profissional venha a ter uma maior atenção no trabalho tanto para tríceps como latíssimo do dorso. Ou ainda, se o aluno/cliente não quiser aumentar o trabalho para estes grupos, a inclusão de outros exercícios abdominais poderá ser uma estratégia.