Variar a posição da polia, altera a magnitude do sinal eletromiográfico dos feixes do peitoral maior
Um dos exercícios mais executados em sessão de treino para peitoral maior é Crossover na polia. Diante disso, é comum nas academias se observar uma variabilidade de posicionamentos da altura da polia para realizar o exercício de Crossover. A principal justificativa para realizar essa estratégia é proporcionar ênfases de trabalho diferentes sobre as fibras do peitoral maior. Ou seja, ao posicionar a polia no alto e realizar uma adução levando o úmero para baixo se preconiza que proporcionaria uma maior trabalho sobre as fibras inferiores (esternocostais). Já ao posicionar a polia na altura d ombro, se preconiza que ocorreria uma maior ação das fibras esternais. Por fim, ao posicionar a polia abaixo, e na fase concêntrica se realizar uma flexão do ombro, e com isso levando o seguimento braço para cima, se preconiza maior atividade para as fibras claviculares.
Ta, mas será que analisando via eletromiográfica isso ocorre mesmo?
Para analisar essa questão, realizamos um experimento onde o modelo realizou o exercício de crossover em três posições diferentes, ou seja, com polia na parte superior, medial e baixa do aparelho.
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Crossover com a polia superior: ao realizar essa variação foi observado uma maior atividade eletromiográfica dos fibras esternocostais ou inferiores do peitoral em comparação ao fibras claviculares ou superiores. Esse comportamento parece ocorrer em virtude que ao tracionar o úmero mais em direção as costelas em virtude dos sentidos das fibras a região estercotal pode contribuir mais com o movimento.
Crossover com a polia posicionado na parte inferior: Já ao realizar essa variação foi observada o contrário, ou seja, uma maior atividade eletromiográfica para as fibras clavicualres do peitoral maior em relação as esterncostais. Também foi possível observar uma maior atividade para deltoide anterior e bíceps em relação a execução com a polia no alto. Esse comportamento parece ocorrer em virtude que nesta variação não se produz uma adução pura, ou seja também se realiza uma flexão do ombro. Assim, em virtude da linha de ação as fibras claviculares tem maior capacidade para contribuir com o movimento de flexão. E a maior atividade para deltoide anterior, já poderia ser esperada em virtude deste ser o principal flexor do ombro, e do bíceps braquial por ele ser sinergista na flexão do ombro.
Crossover com a polia posicionada na parte central: por sua vez nesta variação a atividade para as duas regiões do peitoral maior foram similares. Esse cenário parece ter ocorrido em virtude que ao realizar essa variação foi executada uma adução transversal do ombro, que é o movimento que todas as fibras e feixes do peitoral maior contribuem.
Qual a aplicação Prática?
Portanto, se o objetivo é proporcionar um maior trabalho sobre a região inferior ou fibras esternocostais e menor nas fibras claviculares, uma estratégia seria realizar o crossover com a polia superior. Por outro lado, se o objetivo é proporcionar maior trabalho nas fibras claviculares, deltoide anterior uma estratégia seria posicionar a polia na parte baixa. No entanto, para essa variação também ocorre uma maior atividade para bíceps braquial.
Por fim, se o objetivo é proporcionar uma maior trabalho similar entre as fibras inferiores e superiores, uma estratégia seria realizar posicionar a polia mais ou menos na altura do ombro.
Alunos, analisem a vídeo aula!!!