O erro técnico de execução do chute de tríceps com halteres, poderá ocorrer devido a insuficiência passiva do bíceps braquial cabeça longa, ou em decorrência de uma insuficiência ativa da cabeça longa do tríceps braquial ou ainda em virtude da junção desses dois fenômenos fisiológicos.
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- Como executar corretamente o chute de tríceps?
- Quais os músculos acionados durante o chute de tríceps?
- Qual o ponto de maior tensão no chute de tríceps?
Qual o posicionamento que o indivíduo deverá adotar e como executar de forma correta o chute de tríceps com halteres?
Inicialmente o indivíduo deverá posicionar com um afastamento lateral dos pés, da largura dos ombros e dos quadris. Em seguida, para melhorar a sua estabilização corporal para executar o exercício, deverá realizar um afastamento anteroposterior, ou seja, posicionar um membro inferior a frente e outro atrás. Na sequência, deverá realizar uma flexão do quadril, assim projetando o seu tronco a frente, mantendo as curvaturas naturais e fisiológicas da coluna vertebral preservadas. O membro superior que não estará segurando o halteres deverá ser posicionado sobre a região da coxa próximo a articulação do joelho do membro inferior que está à frente. Por fim, o indivíduo posicionará o membro superior que está segurando o halteres, com uma extensão do ombro e o cotovelo deverá ser mantido em uma flexão de 90°. Após realizar todos esses procedimentos descritos acima o indivíduo estará apto a iniciar a execução do chute de tríceps com halteres.
Para isso, ele (indivíduo) deverá realizar uma extensão do cotovelo durante a fase concêntrica, assim acionando os grupo muscular tríceps braquial e o ancôneo. Já durante a fase excêntrica do indivíduo deverá realizar o movimento de flexão do cotovelo até aproximadamente os 90° de flexão de cotovelo. Nessa fase do movimento novamente os grupo tríceps braquial e ancôneo serão acionados, porém agora, em contração excêntrica para realizar o freio do movimento produzido pela resistência.
Quais os principais erros identificados no momento da execução do chute de tríceps com halteres?
O chute de tríceps com halteres não é um exercício tão popular nas academias de ginástica, sendo assim, poucos indivíduos o executam. Todavia, para a execução da técnica correta desse exercício é necessário que o indivíduo tanto durante a fase concêntrica (extensão do cotovelo) como na fase excêntrica (flexão do cotovelo) não produza movimentos em outras articulações, como glenoumeral/ombro, escapulo umeral, ou até mesmo na coluna vertebral. Porém, alguns indivíduos ao executarem principalmente a fase concêntrica do movimento, produzem movimentos de extensão ou flexão glenoumeral/ombro, adução escapular ou até mesmo de rotação da coluna vertebral. Dessa forma, fugindo da técnica ideal de movimento.
Diante desse cenário, alguns personais trainers buscam focar na correção da técnica de execução. Entretanto, mesmo assim, seu cliente continua a realizar esses erros descritos acima na execução do chute de tríceps com halteres.
Então, por que será que esse cliente continua a executar erros na execução do chute de tríceps com halteres?
Como descrito acima no texto, o personal trainer novamente explicou a técnica correta de execução do chute de tríceps com halteres, porém, o seu cliente ainda continua a produzir erros na execução. Diante disso, possivelmente o que poderá estar levando a esses erros na fase concêntrica do movimento, é a ocorrência de insuficiência passiva e ativa de determinados grupos musculares.
Qual o músculo que poderá entrar em insuficiência passiva e atrapalhar a técnica correta de execução do chute de tríceps com halteres?
Como já foi descrito acima no texto, durante a execução do chute de tríceps o cliente deverá posicionar-se com uma extensão glenoumeral/ombro. Esse posicionamento já colocará a cabeça longa do bíceps braquial em alongamento na articulação do ombro. Isso ocorrerá porque o bíceps braquial cabeça longa tem sua origem localizada no tubérculo supraglenoidal da escapula e sua inserção na tuberosidade do rádio e aponeurose do bíceps sobre o tendão flexor comum. Diante disso, podemos entender que essa cabeça do bíceps braquial transita anteriormente pela articulação do ombro e do cotovelo, assim produzirá movimentos nessas articulações. Dessa forma, será acionado nos movimentos de flexão e abdução do ombro, além logicamente do movimento de flexão do cotovelo.
Portanto, como o cliente encontra-se já em extensão do ombro, o bíceps braquial cabeça longa que é um flexor e abdutor do ombro, já encontra-se a alongado no ombro. Entretanto, ao iniciar a fase concêntrica do movimento esse cliente começará a executar uma extensão do cotovelo, pois o objetivo é treinar o grupo tríceps braquial e ancôneo. Diante disso, como o bíceps braquial cabeça longa também é um flexor do cotovelo, agora na articulação do cotovelo ele também será alongado. Ou seja, durante a execução do chute de tríceps com halteres o bíceps braquial cabeça longa estará sendo alongado tanto no ombro como no cotovelo. Assim, caso esse cliente apresente um encurtamento, ou seja, uma falta de extensibilidade desse músculo, a sua amplitude de movimento durante a fase concêntrica poderá ser prejudicada.
Dessa forma, para que ele (cliente) consiga realizar a extensão completa do cotovelo, o sistema nervoso central buscará produzir uma flexão do ombro, para produzir um grau de encurtamento do bíceps cabeça longa no ombro, e assim buscar reduzir essa insuficiência passiva, ou ainda produzir movimento mais exacerbado de extensão do ombro, adução escapular e rotação da coluna vertebral. Com isso, serão acionando de forma dinâmica principalmente deltoide posterior (extensão do ombro) e romboides maior e menor e trapézio medial para adução escapular e oblíquos interno e externo, músculos semiespinhal, multifidios e rotadores para projetar o halteres para cima.
Qual a atitude que o personal trainer poderá tomar caso o problema da fuga da técnica de execução seja a ocorrência de insuficiência passiva da cabeça longa do bíceps braquial?
Caso a perda da técnica de execução seja devido a um encurtamento excessivo da cabeça longa do bíceps braquial, o personal trainer poderá tomar duas atitudes. Imediatamente, ele (personal trainer) deverá limitar a amplitude da movimento da fase concêntrica do seu cliente. Ou seja, deverá solicitar a ele que execute essa fase do movimento até o ponto em que consiga manter a técnica de execução, ou seja, um ponto antes que o bíceps braquial entre em insuficiência passiva.
Já a segunda atitude será longo prazo. Isto é, o personal trainer deverá realiza um trabalho de flexionamento com seu cliente, visando o aumento da extensibilidade do músculos bíceps braquial cabeça longa.
Entretanto, durante e execução do chute de tríceps com halteres o cliente poderá deformar a técnica de execução não devido a uma insuficiência passiva de bíceps braquial na cabeça longa e sim por uma insuficiência ativa da cabeça longa do tríceps braquial.
Por que pode ocorrer insuficiência ativa da cabeça longa do tríceps braquial durante a execução do chute de tríceps com halteres?
Para entender porque o tríceps braquial cabeça longa poderá entrar em insuficiência ativa durante o final da fase concêntrica do movimento, é necessário relembrar algumas questões de anatomia e cinesiologia. O tríceps braquial cabeça longa tem sua origem localizada tubérculo infraglenoidal da escapula, já sua inserção está localizada junto ao olecrano da ulna. Diante desses posicionamento de origem e inserção, podemos entender que esse músculos cruza posteriormente tanto a articulação glenoumeral/ombro como do cotovelo. Assim, terá ao se contrair a capacidade de produzir os movimentos de extensão glenoumeral/ombro e do cotovelo.
Dessa forma, como durante posição inicial o cliente já está com uma extensão do cotovelo, a cabeça longa do tríceps braquial já encontra-se encurtada na articulação do ombro. Com isso, quando o cliente inicia a fase concêntrica do movimento ele executará uma extensão do cotovelo, assim, a cabeça longa do tríceps braquial poderá entrar em insuficiências ativa, principalmente próximo ao ângulos finais dessa fase, não permitindo capacidade para que o tríceps cabeça longa consiga auxiliar para produzir a extensão do cotovelo. Dessa forma, para finalizar essa fase do movimento possivelmente o indivíduo sairá da técnica realizando uma maior extensão do ombro, ou flexão, adução escapular ou ainda uma rotação da coluna vertebral.
A extensão do ombro será para produzir um maior acionamento do deltoide posterior para auxiliar o final da fase concêntrica. Já flexão do ombro, poderá ser executada para produzir um alongamento do tríceps cabeça longa no ombro, assim procurando liberá-lo para produzir contração no cotovelo. Já a adução escapular acionará os romboides e trapézio medial para também proporcionar o final da fase concêntrica e por fim essa rotação acionará oblíquos interno e externo, músculos semiespinhal, multifidios e rotadores. Todos esses movimentos e músculos acionados serão para proporcionar a projeção do halteres ascendentemente.
Diante disso, o que o personal trainer poderá fazer se o problema foi a insuficiência ativa da cabeça longa do tríceps braquial?
Se o problema que esteja levando a perda da técnica de execução do chute de tríceps seja a insuficiência ativa da cabeça longa do tríceps braquial, e caso o personal trainer queira manter a mesma quilagem de treino, seria interessante limitar a amplitude de movimento da fase concêntrica do seu cliente. Ou seja, o personal trainer solicitará ao seu cliente que realizar extensão do cotovelo até um ponto em que consiga manter a técnica de execução correta. Porém, uma outra estratégia, seria a redução da quilagem para que o cliente consiga executar toda a amplitude de movimento dentro da técnica adequada.
Seguidores, não percam a vídeo alaúde hoje e analisem as explicações do professor João Moura sobre a ocorrência de insuficiência passiva e ativa durante o chute de tríceps com halteres.