Para aplicar variações de exercícios eficientes para diferentes grupos musculares, o personal trainer deverá levar em consideração critérios anatômicos, cinesiológicos e fisiológicos.
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É importante que o personal trainer ou professor de academia venha a variar os exercícios para o seus clientes ou alunos?
Sim, a estratégia de variar os exercícios é importante para os músculos que tem a característica de serem multipenados. Em virtude dessa característica de penação esses músculos apresentam suas fibras em diferentes direções. Diante disso, para maximizar o trabalho sobre todas as regiões (fibras musculares) parece ser interessante a aplicação de variações de exercícios.
Um exemplo que pode-se utilizar para ilustrar essa estratégia é o músculos peitoral maior. Esse músculo apresenta fibras que tem origem da porção medial da clavícula e tem sua inserção na crista do tubérculo maior do úmero. Essas são denominadas de fibras claviculares. Existem também fibras que tem origem na região esternal e sua inserção também no tubérculo maior do úmero. Essas são denominadas de fibras esternais ou mediais. E por fim, existem fibras que partem da região costal e também se inserem no tubérculo maior do úmero. Essas são denominadas de fibras costais ou inferiores.
Diante desses diferentes posicionamento de origem essas fibras apresentam diferentes sentidos. Ou seja, as fibras claviculares apresentam um sentido oblíquo de baixo para cima. Já as fibras medias apresentam uma direção mais horizontalizada e um sentido menos oblíquo em relação as fibras claviculares. E ainda as fibras costais ou inferiores apresentam uma direção menos horizontalizada e um sentido mais oblíquo, porém de cima passa baixo.
Assim, para produzir uma treinabilidade mais intensa sobre as fibras claviculares do peitoral maior é necessário realizar exercícios em que se produza uma aproximação dos úmero da clavícula. Diante disso, passa a ser interessante a aplicação por exemplo do supino e crucifixo inclinado. Já para produzir uma treinabilidade maior das fibras esternais ou mediais do peitoral maior é interessante se realizar exercícios em que se produza uma aproximação forte do úmero do esterno. Assim, a aplicação do exercício de cross over com os cabos tracionando na altura dos ombros passa a ser interessante. Por fim, para produzir um trabalho mais intenso das fibras mais costais ou inferiores do peitoral maior, é necessário realizar exercícios em que se produza uma aproximação do úmero das costelas. Diante disso, a aplicação o exercício de supino declinado passa a ser interessante.
Essas variações de exercício descrito acima, apresentam uma lógica anatomia e cinesiológica. Todavia, existem alguns profissionais de Educação Física que atuam como personais ou professores da academia, que produzem variações de exercícios sem uma base lógica do cinesiologia. Esse cenário acontece frequentemente nos exercícios para o grupo muscular tríceps braquial.
Quais os erros que os personais trainers cometem na aplicação de variações para treinar o grupo muscular tríceps braquial?
Nas academias de ginastica, pode-se visualizar alguns personais trainers prescrevendo variações de exercícios para tríceps braquial, justificando a seus cliente ou alunos que essas modificações produzirão aumento de trabalho sobre as diferentes cabeças do tríceps braquial. Por exemplo, existem profissionais (personais trainers ou professores de academia) que orientam o seus clientes/alunos a executar o tríceps na polia hora com as mãos em supinação ou pronação. Como dito acima, esses profissionais justificam que essa mudança no posicionamento da articulação radioulnar produzirá alteração no acionamento das três cabeças. Entretanto, essa afirmação não é verdade, pois o tríceps braquial como um todo tem sua inserção no olecrano da ulna. Assim, como na movimentação de supinação ou pronação o movimento ocorre na articulação radioulnar, essa variação em posicionamento das mãos sobre a barra não alterará o trabalho da três cabeças do tríceps.
Ainda, existem profissionais que orientam o seu cliente a alterar o posicionamento dos dedos das mãos sobre a barra, também justificando a eles que essa variação alterará o trabalho das três cabeças do tríceps braquial. Novamente essa estratégia por parte do personal trainer ou professor da academia é equivocada, pois nenhuma das três cabeças do tríceps braquial tem ligação com os ossos das mãos e tampouco dos dedos.
Entretanto, existe uma articulação no qual a alteração do seu posicionamento, poderá alterar o trabalho das três cabeças do tríceps braquial.
Em qual circunstâncias do exercício poderá alterar a intensidade do trabalho das três cabeças do tríceps braquial?
A cabeça longa do tríceps braquial é biarticular. Ou seja, em virtude da origem estar no tubérculo infraglenoidal da escápula e sua inserção no olecrano da ulna ela (cabeça longa) “cruza” posteriormente ambas as articulações. Diante disso, essa cabeça terá a capacidade de além de produzir o movimento de extensão do cotovelo, onde é motor primário junto com as outras duas cabeças, também de produzir o movimento de extensão, abdução transversal e adução coronal do ombro. Diante disso, a alteração do posicionamento da articulação glenoumeral, poderá alterar a capacidade da cabeça longa do tríceps em produzir a extensão do cotovelo.
Por exemplo, no exercício de tríceps coice, o indivíduo para sua execução deverá posicionar-se com uma extensão do ombro. Dessa forma, ao produzir esse posicionamento dessa articulação a cabeça longa do tríceps braquial já estará sendo encurtada nessa articulação. Portanto, quando o indivíduo começar a executar a fase concêntrica do movimento (extensão do cotovelo) a cabeça longa começará também a ser encurtada no cotovelo. Assim, possivelmente no final da fase concêntrica do movimento, ou seja, próximo da extensão completa do cotovelo, a cabeça longa poderá alcançar o seu encurtamento máximo e assim entrar em insuficiência ativa. Essa insuficiência ativa, produzirá uma queda no desempenho da cabeça longa em produzir a extensão do cotovelo. Diante disso, possivelmente o sistema nervoso aumentará o recrutamento de unidades motoras desse músculos (cabeça longa do tríceps braquial) e também o aumento de unidades motoras das outras cabeças do tríceps braquial.
Diante do descrito acima no texto, a realização desse exercício descrito acima poderá ser um estratégia para aumentar o recrutamento de unidades motoras no final do movimento da cabeça longa e também das outras cabeças do tríceps braquial. Assim, essa é uma estratégia lógica do ponto de vista anatômico, cinesiológica e fisiológico de aplicação de variação para o exercícios para treinar o grupo tríceps braquial.
Seguidores, não percam a vídeo aula de hoje e saibam como o personal trainer quais os critérios que o personal trainer deverá utilizar para aplicar variações de exercícios para diferentes grupos musculares.