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Qualificando seu Treino

Cinesiologia e Biomecânica do ciclo da marcha

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O ciclo da marcha é composto pela fase do apoio e a fase do balanço e em cada uma dessas fases diferentes músculos são acionados de maneira isométrica ou dinâmica.

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O caminhar é a maneira utilizada para locomover-se com os pés. A marcha é considerada o processo de caminhada. Cada pessoa apresenta o seu “estilo” individual de caminhada. A literatura apresenta que o estilo de caminhado pode ser diretamente influenciada pelo humor do indivíduo. Por exemplo, quando se está feliz os passos são mais leves e pode haver mais vitalidade ao caminhar. Do contrário quando se está triste ou deprimido, os passos podem ser mais “arrastados”. Um ponto interessante que o padrão de caminhada ou marcha de algumas pessoas é tão singular que é possível identifica-las de longe, mesmo sem que se posso identificar de forma nítida o rosto.

A caminhada requer equilíbrio sobre um membro inferior enquanto o outro move-se para frente. Também é necessário além do moimento dos membros inferiores, movimentos do tronco e membros superiores. O ciclo da marcha pode ser dividido em duas fases: 1) fase de apoio e 2) fase do balanço.

Quais os componentes da marcha?

Para descrever de forma objetivo a marcha algumas definições são necessárias. O ciclo da marcha, também chamado de passada, é a atividade ocorrida entre o momento em que um pé toca o solo e o momento em que esse mesmo pé toca o solo novamente. (colocar a figura).

O comprimento da passada é a distância percorrida durante o ciclo da marcha. O passo é metade de uma passada. Dois passos (um direito e um esquerdo) equivalem a uma passada ou um ciclo da marcha, esses passos devem ser iguais. O comprimento do passo é a distância entre o toque do calcanhar de um pé no solo e o toque do calcanhar do outro é no solo. Um ponto importante é que um aumento ou diminuição da velocidade de caminhada aumenta ou diminui o comprimento do passo, respectivamente. Qualquer que sejam a velocidade, os comprimentos dos passos deverão ser iguais nos dois membros inferiores, para que se tenha uma marcha coordenada e equilibrada.

A velocidade da caminhada ou cadência, é o número de passos por minuto e varia muito. Por exemplo, uma caminhada lenta pode ser de apenas 70 passos por minuto. Por outro lado, em uma caminhada rápida o indivíduo poderá alcançar um número de 130 passos por minuto.

Como ocorre o ciclo da marcha?

A literatura apresenta que o ciclo da marcha é constituído por duas fases, ou seja, a fase do apoio e do balanço:

– FASE DO APOIO: é a atividade que ocorre quando o pé está em contato com o solo. Essa fase inicia-se quando o calcanhar de um pé toca o solo e termina quando esse pé sai (eleva-se) do solo. A literatura apesenta que essa fase constitui por volta de 60% do ciclo da marcha;

– FASE DO BALANÇO: essa atividade ocorre quando o pé não está em contato com o solo. Inicia-se assim que o pé sai do solo e termina quando o calcanhar do mesmo pé toca o solo novamente. Essa fase constitui cerca de 40% do ciclo da marcha.

A seguir no texto será realizada uma análise minuciosa de cada fase mencionada acima que compõem.

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Análise da fase de apoio da marcha.

Como definido acima no texto a fase de apoio é o período de contado do pé com o solo. Essa fase é tradicionalmente dividida pela literatura especializada em cinco subfases: 1) toque do calcanhar; 2) apoio completo do pé; 3) apoio médio; 4) saída ou elevação do calcanhar; 5) saída ou elevação dos dedos.

O toque do calcanhar tem como característica sinalizar o início da fase de apoio, o momento em que o calcanhar faz contado com o solo. Nesse ponto, a articulação do tornozelo estará em posição neutra, ou seja, entre uma dorsiflexão e flexão plantar, e inicia-se a flexão do joelho. Essa leve flexão do joelho absorverá parcialmente o choque quando o pé tocar ao solo. A articulação do quadril estará em uma flexão de aproximadamente 25°. Por sua vez, o tronco estará ereto e permanecerá assim durante todo o ciclo da marcha. Já o tronco rodará para o lado oposto (contralateral), o membro superior oposto estará à frente, e o membro superior do mesmo lado (ipsilateral) estará para trás em hiperextensão do braço na articulação do ombro. Nesse momento o peso do corpo começará a ser transferido para o membro inferior de apoio.

 

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Os músculos dorsiflexores do pé estarão ativos e colocarão a articulação do tornozelo em posição neutra. Já o músculos quadríceps femoral, que apresentava contração concêntrica, passa contrair-se de maneira excêntrica para minimizar o grau de flexão no joelho. Os músculos flexores da articulação do quadril nesse momento estarão ativos. Todavia, os músculos extensores do quadril começarão a contrair-se, impedindo com isso uma flexão demasiada do quadril. Por sua vez, os músculos eretores da coluna ou espinha estarão de ativos de forma isométrica impedindo a flexão do tronco. No momento que o pé toca o solo, a força é transferida ao tronco pelo tornozelo, joelho e quadril. Esse fenômeno causaria uma rotação anterior do quadril, com alguma flexão do tronco, se os músculos eretores da espinha não estivessem neutralizando essa força.

No momento do apoio completo do pé, quando esse segmento está totalmente em contado com o solo, ocorre logo após o calcanhar tocar o solo. Aproximadamente 15° de flexão plantar do pé na articulação talocrural, com contração excêntrica dos músculos dorsiflexores para evitar que o pé “bata” com força no solo. Nesse momento ocorre cerca de 20° de flexão do joelho. Em seguida, o joelho estende-se possibilitando que o restante do corpo com a alcançar os membros inferiores. A transferência do peso para o membro inferior de apoio contínua. A literatura apresenta que o ponto em que o corpo passa sobre o membro inferior que sustenta o peso é o apoio médio. Nesse ponto ocorrerá leve dorsiflexão do tornozelo, entretanto os músculos dorsiflexores tornam-se inativos. Os músculos flexores plantares começarão a contrair-se, para controlar a velocidade de movimento da perna sobre o tornozelo. O quadril e o joelho continuaram a estender-se.  Nesse momento ocorrerá a extensão bilateral dos membros superiores, e eles ficam quase paralelos ao corpo, por sua vez o tronco estará em posição neutra.

Depois do apoio médio ocorrerá a saída ou elevação do calcanhar. Nesse momento o calcanhar sai do solo, há leve dorsiflexão do pé (aproximadamente 15°) e em seguida, início da flexão plantar do pé. Esse é o início da fase de impulso, que é também as vezes denominada de fase de propulsão, porque os músculos flexores plantares do pé empurram o corpo ativamente para frente. Nesse momento do ciclo da marcha ocorrerá extensão do joelho e hiperextensão do quadril. Então, o membros inferior posicionara-se atrás do pé, em seguida o tronco começará a rodar para o mesmo lado, e o membros superiores balançam para frente com flexão do braço. Fim da fase de impulso da fase de apoio é a saída ou elevação dos dedos do solo:

Nessa fase do ciclo da marcha os dedos dos pés estarão em hiperextensão externa nas articulações metatarsofalangianas. Cerca de 10° de flexão plantar do pé, bem como flexão dos joelhos e quadril. A coxa estará perpendicular ao solo.

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Análise da fase de balanço.

A literatura apresenta que a fase de balanço possui três momentos; aceleração, balanço médio e desaceleração. Todas essas atividades citadas são sem sustentação do peso. A primeira parte é a aceleração. Nesse momento os membros inferiores estarão atrás do corpo e movendo-se para alcança-lo. Ocorrerá dorsiflexão do pé, flexão do joelho e quadril continuarão, o que moverá o membro inferior para frente. O balanço inicial é o período entre o fim da saída (elevação dos dedos do solo) e o fim da aceleração.

No momento do balanço médio, os músculos dorsiflexores do pé “deslocarão” a articulação do tornozelo em posição neutra. Nesse momento a flexão do joelho é máxima, aproximadamente 65°, assim como a do quadril (cerca de 25°). Esses movimentos articulares elevarão o membro inferior (seguimento coxa e perna) possibilitando a saída do pé do solo durante o balanço. A flexão adicional do quadril moverá o membro inferior para frente do corpo e colocarão seguimento perna em posição vertical. O balanço médio é o período entre o fim da aceleração e o fim do balanço médio.

No período da desaceleração, os músculos dorsiflexores do pé terão ação ativa para manter a articulação do tornozelo em posição neutra no preparo para o toque do calcanhar no solo. Nesse momento ocorrerá extensão do joelho e contração excêntrica dos músculos isquiotibiais para desacelerar o membro inferior, evitando uma extensão brusca. O membro inferior alcançará o ponto máximo de balanço para frente e o joelho continuará fletido. O balanço terminal é o período entre o fim do balanço médio e o fim da desaceleração.

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Seguidores, não percam a vídeo aula de hoje e visualizem as explicações do professor João Moura sobre o ciclo da marcha.

 

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