O ser humano, assim como outros animais, tem a capacidade de estocar energia no corpo, criando reservas energéticas. Através da alimentação, particularmente pautada em macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), ingerimos uma taxa significativa de energia química, a qual pode ser mensurada através de kcal.
A energia ingerida em kcal é usada para diversas funções fisiológicas do corpo que necessitam de taxas energéticas, porém o excedente fica estocado sob forma de gordura. Portanto, a gordura corporal é uma forma de criarmos reservas energéticas e, diga-se de passagem, a mais rentável. Porém, a proteína, particularmente a muscular, seja outra forma de “estoque” energético, esta não é a mais indicada para uso já que ao usá-la estaríamos consumindo massa muscular.
A glicose estocada sob forma de glicogênio nos músculos (glicogênio muscular) e no fígado (glicogênio hepático) é outra forma de estoque de energia sendo consumida principalmente em exercícios intensos.
A fosfocreatina (substância química estocada nos músculos) também é uma fonte de energia tendo como principal característica a rápida disponibilidade para uso. Esta é particularmente usado em exercícios de potência de curta duração.
Assim, basicamente, temos quatro formas de estoque de energia no corpo: fostocreatina (PCr), glicogênio, proteínas e gorduras. Porém, cabe salientar, que a energia utilizada no mecanismo contrátil humano (contração muscular – movimentação da cabeça da miosina quando fixada ao sítio ativo da actina G) não vem diretamente destes estoques de energia.
A energia que provém a contração muscular advém de moléculas de Adenosina Trifosfato (ATP). Esta molécula apresenta ligações com fósforo nas quais se concentra grande quantidade de energia e quando esta é catabolizada em Adenosina Difosfato (ADP) libera uma grande taxa de energia capaz de movimentar a cabeça da miosina fixada ao sítio ativo da actina G movimentando assim o sarcômero no sentido do encurtamento. Como sabemos, durante uma contração muscular várias pontes cruzadas devem mover-se para produzir o encurtamento do sarcômero e, consequentemente, da fibra muscular. Concluímos então que, o encurtamento da fibra muscular depende de várias moléculas de ATP serem catabolizadas para liberarem energia suficiente a movimentar diversas pontes cruzadas. Ao ocorrer a quebra (catabolismo) do ATP em ADP a molécula fica “descarregada” devendo ser carregada novamente (similar ao discutido em aula sobre o uso do celular e a necessidade de recarregá-lo sistematicamente).
A “recarga” de ADP em ATP novamente só pode ser realizada com o “enxerto” de cargas energéticas, ou seja, para reconstituir a molécula de ADP em ATP é necessário uma carga energética sobre a molécula. A pergunta que se faz é:
A energia necessária para ser introduzida na molécula de ADP para “recarregá-la” em ATP provém de que local e substância?
Esta energia advém justamente das reservas energéticas do corpo (PCr, glicogênio muscular/hepático, gordura e proteína). Entretanto, qual a fonte de energia que será usada depende da situação metabólica momentânea do organismo e do tipo de esforço físico realizado caso o indivíduo não esteja em repouso.
Em repouso, em média e no geral, 2/3 da energia advém da gordura corporal e o outro 1/3 da glicose ambas sobre metabolismo oxidativo, isto é, o catabolismo para retirada da da energia processa-se através de aparato bioquímico que necessita do elemento oxigênio.
Texto desenvolvido pelo:
Prof. Dr. João Moura – Treino em Foco
CREF. 07870-G/SC