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Atualização sobre o Miolão do Peito

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O que o Treino em FOCO preconizava?

Em nossas postagens em relação a “discussão” em relação a ser possível treinar de forma mais efetiva a região central ou “miolão” do músculo peitoral, o posicionamento sempre foi de que não era possível aplicar exercícios ou técnicas de execução que proporcionassem um maior trabalho desta região.

A justificativa para esse posicionamento se baseava sobre a fisiologia neuromuscular. Ou seja, quando um músculo é excitado pelo neurônio motor alfa, a fibra muscular como um todo iria se contrair e por consequência encurta-se. Portanto, expandido esse comportamento para o músculo peitoral, a fibra iria se contrair ao longo de todo o seu comprimento, ou seja, da inserção no úmero até a sua origem na clavícula, esterno e costais. De fato este comportamento ocorrerá, pois uma fibra quando excitada se contrai totalmente, isto é a lei do tudo ou nada. Assim, seria praticamente impossível aplicar um exercício para treinar mais a região medial do peitoral maior.

Mas, o que a ciência atual tem apresentado?

Pois bem, em um estudo bem interessante Leitão et al., (2020) recrutaram 12 homens treinados e familiarizados com o exercício de supino reto. Assim, submeteram os voluntários a realizarem três séries de 8 a 12 repetições máximas. Previamente a após essa intervenção foi realizado a medida da espessura muscular via ultrassonografia do feixe esternal do peitoral no sítio medial (próxima a articulação manubro-esternal), sítio central e sitio lateral (próxima a axila).

Assim, observou que ocorreu uma variação do aumento da espessura muscular ao longo do peitoral, com a região medial tendo o maior aumento relativo (14,78%) quando comparado ao sítio lateral (10,04%).

Mas, por que esse comportamento pode ter ocorrido?

Os pesquisadores não conseguiram observar uma causa direta para os resultados, porém, apresentaram duas hipóteses: 1) levando em consideração o estudo de Wakahara et al. (2012, 2013, 2017), na qual associam a ativação de sítios musculares com o redirecionamento do fluxo sanguíneo, é que o sítio medial do PM pode estar sendo mais acionado durante o supino reto, portanto promovendo um maior acúmulo sanguíneo nessa região que pode ser observado através da maior EM%.

2) os resultados também podem ser explicados através de visão cinemática, isto é, durante a adução horizontal/transversal do ombro, para a realização da fase concêntrica do exercício, o trecho do PM mais próximo ao esterno se mantém menos móvel, enquanto o próximo a articulação glenoumeral tem maior movimentação.

Qual aplicação prescritiva?

Portanto, para o cliente que o personal trainer visualize que tenha um volume na região mais central do peitoral a aplicação do exercício de supino reto pode ser uma estratégia interessante para incluir na sessão.

No entanto, um ponto importante a salientar, é que este é um estudo agudo, assim, necessita-se de estudos crônicos para identificar se esse comportamento agudo repercutiria em ganhos crônicos.

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